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é na noite que o vento frio mostra ao bicho o terreno seguro

  • Foto do escritor: natanael dObaluae
    natanael dObaluae
  • 23 de jan. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 29 de abr. de 2023

todo fim/início de ano tenho como hábito a tentativa de observar além da minha vida; quando o faço me sinto tocado por uma energia que hoje considero: renovação. quando 2023 se aproximou, não foi tão diferente de outros anos, mas pude absorver algo que não foi só o tempo ditado, tive acesso de forma mais íntima ao mistério dentro de mim; e nessas minhas observâncias não só internas mas também externas, ou seja, para/com o que os nossos também enxergam, tive uma percepção clara de que esse ano estou mais plural e singular nesse precoce ensaio.

se eu acessar ainda mais adentro, vejo que o caminho de 2023 se concentra em minhas águas e que todos os fluxos que yansã soprou, e que sabidamente chegariam aqui, realmente é aqui. tenho a gostosa sensação de não mais perder tanto tempo com dúvidas que não pautam meu ser, pois as águas de dentro se preparam para o mergulho profundo entre mim e o mundo, o qual é universo, sendo energia, que chamamos de orixá.

nesses últimos anos, entendi mais sobre mim e muito mais sobre o que eu não sabia ser; me aprofundei no orí e o tive claramente como ponto de força. no decorrer, percebi que além dessa força, tudo em nós é força. e se pararmos agora para observar ao nosso redor, temos uma força que movimenta a morte, e não sobretudo, mas juntamente, a vida. quando passo a enxergar e sentir isso no claro, entendo que a plenitude do ser, está na força que nos move, na energia, na beleza natural do drama, na excêntrica raiz do concreto, na maldade da gente, na insanidade do povo, à superficialidade que um amontoado de palavras pode nos enganar e fazer ser.

sem fim, ouço no subconsciente que em vinte e três as águas turbulentas diminuirão as ondas para podermos enxergar o horizonte que há em nós. é um preparo profundo para a vida que relutamos, mas que é intermédio da força que a gente vive. qual vida seremos é precipício de um futuro que não se deve ansiar. mas depois de tantos caminhos, do choro sozinho, o lamento perdido, o equívoco vivido e a espera do destino que nos sufoca…


quero viver, experienciar, escrever, eternizar e costurar o manto com a linha e as entrelinhas do futuro que já aquece esse coração incompreendido. esperar torna-se… vida.

e o verbo viver mostra tudo o que tenho a conjugar no templo que sou.

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